GP do Brasil: Treinos Livres e Treino Oficial

Na primeira sessão de treinos em Interlagos, na sexta-feira pela manhã, foi possível verificar a instabilidade climática que cerca o autódromo. Pista seca, garoa, pista molhada, pista secando, um misto de trechos secos e outros molhados. Com o asfalto frio, a Red Bull teve melhor rendimento, com Webber e Vettel liderando quase toda a sessão. Quase no fim, quando a temperatura subiu, Barrichello marcou o segundo tempo,  com Button em oitavo.

A segunda sessão, com pista seca, mostrou equipes buscando o melhor certo para a corrida, que teria o mesmo clima, segundo os meteorologistas. Alonso e Buemi foram os mais rápidos, com Barrichello em terceiro,  Webber em quarto, Button em quinto e Vettel em sétimo.

O treino livre de sábado serviu apenas para Grosjean destruir sua Renault. Adiado pela forte chuva, o treino teve apenas quinze minutos de duração, pois a FIA determina que exista um intervalo de duas horas entre cada sessão.

O treino oficial não foi diferente. Mesmo sob um intenso temporal, a classificação não teve seu início postergado, algo que acabou por revelar-se um erro de avaliação. Não havia condição de pilotar, com Grosjean e Fisichella rodando no S, e logo o treino então foi interrompido. Tão logo o volume de chuva diminuiu, os carros voltaram para a pista. Rosberg foi o mais rápido do Q1, seguido de Raikkonen, Kubica, Nakajima, Barrichello e Button. A chuva voltou a apertar nos minutos finais, e Vettel ficou fora, em 16º. Kovalainen, Hamilton, Heidfeld e Fisichella foram os outros eliminados.

A irritação de Vettel tinha motivo: a chuva havia voltando com força, adiando o início do Q2 em quase trinta minutos. Tão logo o Q2 começou, Liuzzi arrebentou sua Force India na reta dos boxes, paralisando o treino por um hora e onze minutos.

A chuva finalmente deu trégua às 16h10, duas horas após o início. Rosberg foi novamente o mais rápido, seguido de Webber. Button, com pneus para chuva intensa, acabou cortado em 14º, junto com Kobayashi, Alguersuari, Grosjean e Liuzzi. A pista estava secando, e todos melhoravam seus tempos após trocaram os pneus para intermediários. A Brawn não fez a troca, Button ficou fora e Barrichello acabou em 10º, escapando apenas por um erro de Kobayashi.

O Q3, com a pista secando, viu Barrichello marcar a pole, seguido de Webber, Sutil, Trulli, Raikkonen, Buemi, Rosberg, Kubica, Nakajima e Alonso. O brasileiro é o mais leve do grid. Uma estratégia válida para quem tem a última esperança de seguir lutando pelo título, sobretudo com Button largando no meio do pelotão. Webber e Sutil devem parar quatro voltas depois de Barrichello, Button larga mais pesado para adiar ao máximo sua primeira parada e Vettel deve parar apenas uma vez.

Webber é o favorito para a corrida, pela sua estratégia  e pelo melhor rendimento de seu carro com um asfalto frio. Para vencer, Barrichello precisa manter-se na ponta após a largada e abrir grande vantagem para voltar na liderança após seu pit.

Veja abaixo o grid e a lista de pesos:
1º. Rubens Barrichello (Brawn) – 650,5 kg
2º. Mark Webber (Red Bull) – 656
3º. Adrian Sutil (Force India) – 656,5
4º. Jarno Trulli (Toyota) – 658,5
5º. Kimi Raikkonen (Ferrari) – 651,5
6º. Sébastien Buemi (Toro Rosso) – 659
7º. Nico Rosberg (Williams) – 657
8º. Robert Kubica (BMW) – 656
9º. Kazuki Nakajima (Williams) – 664
10º. Fernando Alonso (Renault) – 652
11º. Kamui Kobayashi (Toyota) – 671,6
12º. Jaime Alguersuari (Toro Rosso) – 671,5
13º. Romain Grosjean (Renault) – 677,2
14º. Jenson Button (Brawn) – 672
15º. Sebastian Vettel (Red Bull) – 683,5
16º. Heikki Kovalainen (McLaren) – 656,5
17º. Lewis Hamilton (McLaren) – 661
18º. Nick Heidfeld (BMW) – 650,5
19º. Giancarlo Fisichella (Ferrari) – 683,5
20º. Vintantonio Liuzzi* (Force India) – 680
* Liuzzi perdeu cinco posições por ter trocado de câmbio

GP do Brasil: Aquecimento

Neste final de semana, o circuito de Interlagos abrigará o GP do Brasil, décima sexta etapa do Mundial de F-1 deste ano.

O circuito
O circuito de Interlagos, construído em 1940, recebe provas da F-1 desde 1972. É um dos poucos traçados no sentido anti-horário, e também um dos mais completos, com curvas de alta e baixa, duas retas e trechos com subidas e descidas.

Cada volta em Interlagos soma 4,309 metros, onde os pilotos atingem a aceleração máxima em 65% do percurso. Serão 71 voltas, totalizando 305,909 km de extensão e apenas 40 trocas de marcha por volta (o menor número da F-1 ao lado de Silverstone) em suas 15 curvas.

Nos últimos anos, poucas obras foram realizadas em Interlagos. A maior delas, realizada há dois anos, foi a troca de todo o asfalto para reduzir as ondulações, uma grande reclamação dos pilotos.

Entre as poucas novidades técnicas para a corrida deste ano está a adoção definitiva das “digiflags”, painéis digitais que fazem as vezes das bandeiras de sinalização. No ano passado, quatro desses equipamentos foram testados em Interlagos após estrearem no GP noturno de Cingapura. Desta vez, serão 15. Mas os fiscais de sinalização continuam: serão 67 espalhados pelo traçado.

GP_Brasil

Em 2008
O GP Brasil de 2008 protagonizou uma das decisões mais acirradas e dramáticas da história da F-1. Felipe Massa e Lewis Hamilton chegaram a Interlagos lutando pelo título, com o inglês tendo sete pontos de vantagem. Isso significava que Hamilton seria campeão com um quinto lugar, mesmo que Massa vencesse.

O grid de largada teve Massa e Trulli na primeira fila, com Raikkonen e Hamilton atrás. A largada, com pista molhada, viu acidentes de Coulthard e Piquet, que causaram a entrada do safety car. A pista logo começou a secar e os pilotos trocaram seus pneus de chuva para pista pneus de seca.

A corrida prosseguiu sem maiores problemas, e as posições de largada de Massa e Hamilton continuavam inalteradas após a segunda janela de pits. Na volta 63, uma leve chuva chegou ao circuito, e os pilotos pararam para colocar pneus intermediários. Timo Glock foi o único dos ponteiros a permanecer com pneus para pista seca, pulando de sétimo para quarto.

Com isso, Hamilton caiu para quinto, sendo pressionando por Vettel. Na volta 69, a chuva passou de leve para pesada, e Vettel aproveitou-se de um erro de Hamilton para assumir a quinta colocação. Massa cruzou a linha de chegada como campeão, mas, na última curva, Vettel e Hamilton ultrapassaram Glock, que deslizava pela pista molhada com seus pneus para pista seca.

A festa nos boxes da Ferrari tornou-se decepção. Hamilton, em quinto, era campeão com um ponto de vantagem. Um final de temporada que deixou uma certeza: outra decisão como esta, jamais.

História
A Fórmula-1 desembarcou no Brasil pela primeira vez em 1972, mas o GP daquele ano, disputado em Interlagos e vencido por Carlos Reutemann, não era uma etapa oficial do calendário. Isso porque, na época, a FIA exigia uma prova de exibição que servisse como teste de qualidade antes de receber a chancela oficial.

Então, em 1973, o GP do Brasil passou a integrar oficialmente o calendário da Fórmula-1, sendo disputado em Interlagos até 1977. Em 1978, foi a vez do circuito de Jacarepaguá receber a F-1, e Interlagos voltou a sediar o evento em 1979 e 1980. Entre 1981 e 1989, Jacarepaguá recebeu o GP do Brasil, e desde 1990 a prova é disputada em Interlagos. Um acordo firmado entre a prefeitura de São Paulo e a FIA garantiu a realização do GP do Brasil em Interlagos até 2015.

Em suas 37 edições, o maior vencedor no Brasil foi o francês Alain Prost, com seis vitórias. Michael Schumacher e Carlos Reutemann venceram quatro vezes, enquanto Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Ayrton Senna, Felipe Massa, Nigel Mansell, Mika Hakkinen e Juan Pablo Montoya venceram duas vezes no Brasil. Com uma vitória em solo brasileiro temos José Carlos Pace, Niki Lauda, Jacques Laffite, René Arnoux, Damon Hill, Jacques Villeneuve, David Coulthard, Giancarlo Fisichella e Kimi Raikkonen.

Entre as equipes, a McLaren soma 11 vitórias no Brasil, contra 10 da Ferrari. Em seguido, Williams com 6, Renault/Benetton com 4, Brabham com 3 e Lotus, Ligier e Jordan com 1.

Entre 2006 e 2008, o GP do Brasil encerrou a temporada da Fórmula-1, e nestas três ocasiões o título decidiu-se em seu asfalto, sendo a favor de Alonso em 2006, Raikkonen em 2007 e Hamilton em 2008. Alonso também se sagrou campeão no Brasil em 2005, na época penúltima etapa da temporada.

GPs Eternos
As decisões de campeonato eletrizantes dos últimos dois nos certamente estão guardadas nas memórias dos fãs de Fórmula-1. Além da decisão de 2008 abordada acima, em 2007 Raikkonen superou a dupla da McLaren, Alonso e Hamilton, para vencer em Interlagos e sagrar-se campeão após reduzir uma desvantagem de 17 pontos nas últimas duas corridas.

Porém, o GP do Brasil com maior peso histórico ocorreu em 1991. Ayrton Senna largou na pole, e tentava finalmente vencer em seu país natal. Senna manteve-se na liderança e contou com problema de Nigel Mansell para manter-se  na frente sem grandes problemas. Porém, o câmbio de sua McLaren começou a perder marchas, forçando o piloto a guiar nas últimas voltas com apenas a sexta marcha. O enorme esforço de Senna e a imensa invasão de pista são imagens históricas.

O GP do Brasil de 2006 marcou a despedida de Michael Schumacher da Fórmula-1, e foi uma amostra de todo o talento do alemão. Schumacher tinha apenas chances remotas de sagrar-se campeão, já que Alonso precisava marcar apenas um ponto. No grid, Alonso era quarto, e Schumacher apenas o décimo. Duas voltas depois, Schumacher já estava em sexto, mas um toque com Fisichella furou seu pneu traseiro esquerdo. O alemão caiu para último, mas chegou ao final da prova em quatro, após grandes duelos com Fisichella e Raikkonen. Massa venceu, com Alonso e Button completando o pódio, possibilitando ao espanhol a conquista de seu segundo título, mas a despedida em ato nível de Schumacher foi triunfal.

Programação para o GP do Brasil – Circuito de Interlagos
1ª Sessão de treinos livres: 16/10, às 10h
2ª Sessão de treinos livres: 16/10, às 14h
3ª Sessão de treinos livres: 17/10, às 11h
Treino Oficial: 17/10, às 14h
Corrida: 18/10, às 14h
* Horários de Brasília

GP do Japão: A corrida

Contrariando as expectativas históricas de GPs movimentados em Suzuka, tese alimentada por um treino classificatório repleto de acidentes e uma dezena de punições pós-treino conferidas pela FIA, a décima quinta etapa do mundial de Fórmula-1 acabou por se tornar uma corrida monótona e com poucos fatos dignos de nota.

A largada transcorreu sem nenhum incidente. Vettel manteve a ponta, Hamilton fez uso do Kers para ultrapassar Trulli e, no duelo entre as Brawn, Barrichello era sexto e Button apenas décimo. Na 14ª volta, um toque entre Sutil e Kovalainen agraciou Button com duas posições, saltando para oitavo.

Veio a primeira rodada de pis, e nada alterou-se. Após a segunda, Trulli ganhou a posição de Hamilton. A ordem dos três primeiros na largada foi restabelecida e assim permaneceu até o fim, quando Vettel venceu sem grandes problemas, nem mesmo tendo atrasos em seus dois pit stops.

Após a segunda rodada de pits, um duelo entre Barrichello e Button começou a ser desenhado, quando o inglês passou a reduzir a diferença que o brasileiro tinha à sua frente, na sétima colocação. Porém, uma forte batida de Alguersuari obrigou a entrada do safety car, e após a relargada Button perdeu contato com seu companheiro ao preocupar-se em defender-se dos ataques de Robert Kubica. Porém, apesar da reaproximação dos carros para a relargada, as posições permaneceram inalteradas. Ou seja, uma madrugada sonolenta para quem acompanhou o GP do Japão.

No duelo pelo título, Button precisa agora de apenas seis pontos nas duas corridas restantes para garantir o título. Ou seja, com dois sextos lugares conquista o campeonato. Barrichello precisa fazer quinze pontos a mais que o inglês, e Vettel teria que somar 17 pontos. Uma missão difícil, mas a imagem de Raikkonen em 2007 serve para trazer esperanças para a dupla. Em duas semanas, teremos o GP do Brasil.

GP do Japão: Treinos Livres e Treino Oficial

As sessões de treinos livres que antecedem um GP, muitas vezes, são grandes indicadores para a classificação e corrida. Não foi o caso de Suzuka neste final de semana.

Na sexta-feira, debaixo de muita chuva, as equipes andaram pouco, buscando apenas um melhor acerto em seus carros para o sábado, que teria, segundo a meteorologia, chuva durante todo o dia.

O sol, segundo a mesma previsão, era esperado apenas para domingo. Esquecerem de avisar para o sol, que apareceu forte no sábado. No treino livre de sábado, o único resultado que confirmou-se foi um bom rendimento da Toyota de Jarno Trulli, o mais rápido da manhã em Suzuka.

O treino oficial começou com um clima quente, 37°C no asfalto. Vettel iniciou seu domínio com o tempo mais rápido do Q1, 1m30s883, seguido de Hamilton, Button, Trulli, Buemi, Raikkonen e Barrichello. Entre os cortados, nenhuma surpresa. Fisichella, Nakajima, Grosjean, Liuzzi e Mark Webber, que não participou por ter rachado o chassi de sua Red Bull no treino livre pela manhã.

E, com o Q2, outros pilotos tentaram seguir o mesmo caminho de Webber. Alguersuari causou alguma preocupação ao chocar-se de frente na barreira de pneus. Bandeira vermelha, treino interrompido. O espanhol demorou a sair de sua Toro Rosso, mas saiu ileso. Ao contrário de Timo Glock. Tão logo o treino recomeçou, o alemão da Toyota sofreu um forte acidente na entrada da reta dos boxes e paralisou o treino por um longo período. Os comissários estenderam um temerário lençol branco para que ninguém pudesse ver o atendimento, causando uma preocupação ainda maior. O piloto demorou a ser retirado do cockpit, mas Glock sofreu um corte profundo na perna apenas, afastando as especulações de fraturas ou outras lesões graves.

Quando o treino recomeçou, havia pouco tempo para que os pilotos pudessem marcar seus tempos. Vettel novamente foi o mais veloz, com 1m30s341, seguido de Hamilton, Trulli, Button, Raikkonen, Barrichello, Buemi, Sutil, Kovalainen e Heidfeld. Além de Alguersuari e Glock, os demais cortados foram Rosberg, Alonso e Kubica.

O Q3 mal havia começado, apenas Raikkonen havia completado um volta, quando Kovalainen causou uma nova bandeira vermelha. O treino recomeçou com pouco mais de seis minutos para o fim, e Vettel foi novamente o mais rápido, cravando a pole com 1m32s160, seguido de Trulli, Hamilton, Sutil, Barrichello, Heidfeld, Button, Raikkonen, Kovalainen e Buemi, que não participou do Q3 ao acidentar-se sozinho no fim do Q2.

E, por conta deste acidente de Buemi, o grid foi alterado pelos comissários. Segundo a FIA, Barrichello, Button, Alonso e Sutil não respeitaram a bandeira amarela e foram punidos com a perda de cinco posições no grid. Buemi, por ter arrastado-se para os pits após o choque, foi igualmente punido.

Com as alterações, o grid ficou assim definido:
1. Sebastian Vettel – Red Bull
2. Jarno Trulli – Toyota
3. Lewis Hamilton – McLaren
4. Nick Heidfeld – BMW
5. Kimi Räikkönen – Ferrari
6. Heikki Kövalainen – McLaren
7. Nico Rosberg – Williams
8. Robert Kubica – BMW
9. Adrian Sutil – Force India
10. Rubens Barrichello – Brawn
11. Timo Glock – Toyota
12. Jenson Button – Brawn
13. Jaime Alguersuari – Toro Rosso
14. Giancarlo Fisichella – Ferrari
15. Sébastien Buemi – Toro Rosso
16. Kazuki Nakajima – Williams
17. Fernando Alonso – Renault
18. Romain Grosjean – Renault
19. Vitantonio Liuzzi – Force India
20. Mark Webber – Red Bull

GP do Japão: Aquecimento

Neste final de semana, o circuito de Suzuka abrigará o  GP do Japão, décima quinta etapa do Mundial de F-1 deste  ano.

O circuito
O circuito de Suzuka, construído em 1962 como uma pista  de testes de propriedade da Honda, é o único traçado da  F-1 em forma de 8, com os pilotos passando por um túnel  pela parte inferior e uma ponte na parte superior.

Cada volta em Suzuka soma 5,807 metros, em um traçado  com curvas de alta, onde os pilotos atingem a aceleração  máxima em 67% do percurso. Serão 53 voltas, totalizando  307,573 km de extensão e 42 trocas de marcha por volta em  suas 17 curvas, sendo a maioria para a esquerda.

Após dois anos fora do calendário, com o GP do Japão  sendo realizado em Fuji, Suzuka passou por obras para  melhor atender as exigências de Bernie Ecclestone. O  circuito japonês ficou fechado por mais de seis meses
para grandes reformas nas arquibancadas,  estacionamentos, boxes e pit lane.

GP_Japao

Em 2008
Disputado no Circuito de Fuji, de propriedade da Toyota,  o GP do Japão de 2008 foi vencido por Fernando Alonso,  em um GP em que os favoritos envolveram-se em incidentes  durante a corrida que beneficiaram o espanhol.

Lewis Hamilton, então líder do campeonato, largou na  pole, com Kimi Raikkonen em segundo e com Felipe Massa,  o outro postulante ao título, apenas na quinta  colocação. Porém, Hamilton colocou tudo a perder quando forçou após a largada para manter a liderança e  acabou fora da pista com Kimi Raikkonen. Após o  incidente, a ordem após a primeira volta era Kubica, Alonso, Kovalainen, Trulli, Massa, Hamilton e Raikkonen.

Na segunda volta, Hamilton pressionava Massa, que errou,  deixou Hamilton passar e o acertou em seqüência, fazendo  com que Hamilton rodasse.  somente na volta 17, a direção  de prova puniu os dois com drive through. Hamilton  desistiu de realizar maiores esforços depois da punição,  enquanto Massa fez uma boa corrida de recuperação para marcar um ponto, na oitava colocação.

Com uma melhor estratégia, Alonso superou Kubica nos  boxes e venceu a corrida, apesar do polonês ter um carro  muito mais equilibrado. Kubica, por sinal, foi um dos  grandes nomes do GP ao defender-se com inteligência dos
ataques de Kimi Raikkonen. Para o campeonato, a corrida  pouco modificou o cenário do duelo entre Hamilton e  Massa, e serviu apenas para trazer uma breve esperança  matemática de um título para Kubica.

História
A Fórmula-1 desembarcou no Japão pela primeira vez de  forma oficial em 1976, no circuito de Fuji. No ano  seguinte, um acidente entre Gilles Villeneuve e Ronnie Peterson causou a morte de um fiscal e de um espectador.

Com isso, entre 1978 e 1986 não houve prova no Japão,  retornando apenas em 1987 já em Suzuka. Desde então, a  prova foi realizada em todas as temporadas, sendo que em  2007 e 2008, a corrida foi realizada novamente em Fuji.

Em suas 24 edições, o maior vencedor no Japão foi  Michael Schumacher, com seis triunfos. Gerhard Berger,  Ayrton Senna, Damon Hill, Mika Hakkinen e Fernando  Alonso somaram duas vitórias cada, enquanto Mario Andretti, James Hunt, Nelson Piquet, Alessandro Nannini, Riccardo Patrese, Rubens Barrichello, Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton venceram uma vez cada. Michel Schumacher detêm outros dois recordes no Japão: o piloto com mais
poles, impressionantes oito vezes, e o piloto com maior número de voltas mais rápidas, 4 vezes.

Entre as equipes, a McLaren venceu 8 vezes, contra 7 da Ferrari, 5 da Bennetton/Renault e 3 da Williams. A Lotus foi vencedora apenas uma vez, na edição de estréia com Mario Andretti.

Para os brasileiros, o GP do Japão guarda boas lembranças. Além das vitórias de Senna, Piquet e Barrichello, Suzuka foi palco da confirmação de quatro
títulos, sendo os três de Ayrton e o último de Nelson. A festa no Japão não se restringe aos brasileiros: James Hunt em 1976, Prost em 1989, Damon Hill em 1996, Schumacher em 1997, Hakkinen em 1998 e 1999, Schumacher
em 2000, 2002 e 2003.

GPs Eternos
O GP do Japão, mais precisamente Suzuka, foi palco de corridas memoráveis que decidiram muitos títulos em suas 24 edições. Porém, é difícil lembrar-se de algum momento que tenha sido superior ao ocorrido em 30 de Outubro de 1988. À época, Alain Prost e Ayrton Senna duelavam pela conquista do título. As duas McLarens eram infinitamente superiores aos demais carros do grid, e os dois companheiros de equipe ocupavam as duas primeiras colocações no grid de largada.

No momento da largada, o motor da McLaren de Senna apagou. Senna conseguiu o religar, mas tinha caído para a 14ª colocação. Aparentemente, o sonho do primeiro título para o brasileiro havia acabado, mas Ayrton iniciou imediatamente uma reação meteórica: passou seis carros na primeira volta e foi reduzindo volta a volta o número de adversários à sua frente. Em menos de 20 voltas, havia ultrapassado Prost e liderava a prova, marcando voltas rápidas em seqüência, rumo à vitória e ao título. Um momento histórico da Fórmula-1.

Programação para o GP do Japão – Circuito de Suzuka
1ª Sessão de treinos livres: 01/10, às 22h
2ª Sessão de treinos livres: 02/10, às 2h
3ª Sessão de treinos livres: 02/10, às 23h
Treino Oficial: 03/10, às 2h
Corrida: 04/10, às 2h
* Horários de Brasília

Pilotos: Fernando Alonso – Novo Schumacher?

alonso_schumi

Ainda não é oficial, mas é apenas uma questão de dias para Fernando Alonso ser oficializado como novo piloto da Ferrari. Os detalhes do contrato, que estaria assinado desde o ano passado, apontam para um salário anual de 25 milhões de euros, com duração de cinco anos e opção para mais um. Além disso, Alonso indicou uma série de profissionais que formarão seu staff particular, engenheiros e técnicos da McLaren, Renault e Red Bull.

A Ferrari repete, obviamente, a receita que tirou a scuderia do ostracismo nos anos 90 e a transformou em uma equipe sem rivais à altura quando fez uma aposta de longo prazo semelhante em Michael Schumacher e seu staff de confiança. À época, aos 27 anos, Schumacher era bicampeão e considerado o melhor piloto do grid, tendo como grande rival o finlandês Mika Hakkinen, e também o desafeto Damon Hill, inglês.

Pode-se notar, certamente, uma série de coincidências entre os dois capítulos. A começar pelo fato de Schumacher e Alonso terem tido seus primeiros momentos de brilho na Benetton/Renault, equipes comandadas por Flávio Briatore, incentivador de ambos no início de suas carreiras na F-1. Outra coincidência interessante dá-se pelo fato de Alonso ter como grande desafeto outro inglês, Lewis Hamilton, e seu grande rival em termos de talento ser Kimi Raikkonen, finlandês.

Curiosidades a parte, Fernando Alonso, aos 28 anos, é o melhor piloto do grid atual da F-1, em desenvolvimento e pilotagem. Mesmo com uma combalida Renault, segue obtendo bons resultados, e poderia até mesmo ter sido tricampeão, não fosse a má vontade da McLaren para com o espanhol em 2007. Na McLaren, Alonso encontrou uma equipe focada em Lewis Hamilton, e agora será a vez de Felipe Massa lidar com situação semelhante, já que Alonso chega com status de primeiro piloto. Neste sentido, ao menos, a convivência deve ser mais amistosa.

A aposta da Ferrari em Schumacher pagou-se com juros, depois de cinco títulos com o alemão e a construção de uma estrutura sólida para os anos seguintes. Alonso, o responsável justamente por quebrar a hegemonia de Schumacher, tem em suas mãos a oportunidade de repetir e até mesmo superar os sete títulos do alemão, caso cumpra os seis anos de contrato com a Ferrari. Parece uma tarefa impossível, mas ninguém imaginava que, um dia, a F-1 moderna veria um piloto ser sete vezes campeão. É improvável, mas não impossível. Cabe agora a Alonso o fardo de ser, para a Ferrari, o novo Schumacher. E, quem sabe, para a história da Fórmula-1 também.

GP de Cingapura: A corrida

O GP de Cingapura, desta vez, transcorreu sem grandes problemas ou surpresas. Lewis Hamilton venceu, e no duelo pelo título Jenson Button chegou à frente de Rubens Barrichello, confirmando as expectativas após o treino oficial e a divulgação dos pesos de cada carro.

Apesar da pista estreita, não houveram incidentes na largada. Vettel perdeu a segunda colocação para Nico Rosberg, e Barrichello ganhou três posições, uma delas em um erro de Mark Webber. O australiano, que cresceu subitamente durante a temporada, desapareceu desde o final de semana em Valencia. Fazia uma corrida discreta quando teve problemas com os freios, bateu e viu-se definitivamente fora da luta pelo título, sem qualquer chance matemática.

Após a largada, o trio Hamilton-Rosberg-Vettel abriu vantagem para os demais, e então a corrida prosseguiu dentro do esperado para o travado circuito de Cingapura: sem maiores emoções, todos à espera da primeira rodada de pit stops. Rosberg, um dos primeiros a parar, errou na saída dos boxes, cruzou a linha branca e foi punido com drive through.

Rosberg não cumpriu a punição em seguida, e duas voltas depois perdeu qualquer chance de pontuar quando Sutil errou ao tentar ultrapassar Alguersuari, rodou e chocou-se com Nick Heidfeld, causando a entrada do safety car. Com todos os carros próximos, Rosberg caiu para o fim do pelotão quando, finalmente, cumpriu sua punição.

A entrada do safety car acabou sendo providencial para Jenson Button, que imediatamente foi aos boxes, mudou sua estratégia e voltou próximo de Barrichello, com apenas Kovalainen separando os carros da Brawn e com combustível de sobra para superar o brasileiro na segunda parada.

Mesmo mais pesado, Button manteve-se a uma distância razoável de Barrichello, que parou pela segunda vez na 47ª volta. Button fez suas melhores voltas antes de seu segundo pit, parou quando faltavam apenas dez voltas e voltou  em quinto, à frente de Rubens com sobras, que teve um problema em seu pit quando seu motor apagou. Mesmo com problemas graves nos freios, Button conseguiu manter-se na pista e obteve um ponto crucial para as últimas três provas do campeonato. A diferença agora é de 15 pontos, e Button pode ser campeão no Japão caso marque cinco pontos a mais que seu companheiro. Se terminarem empatados o campeonato, Button é campeão porque Rubens não iguala mais o número de vitórias do inglês. É uma vantagem razoável, considerando as decisões apertadas dos últimos dois anos.

Voltando à corrida, Hamilton teve sua vitória ameaçada por Vettel na segunda janela de pit stops, mas o alemão acabou punido com drive through por ter ultrapassado o limite de velocidade nos boxes. Hamilton então rumou tranqüilo para a vitória, com um surpreendente Timo Glock em segundo e Fernando Alonso, desta vez sem tramóias, completou o pódio. Por sinal, Jean-François Caubet, diretor da Renault, declarou que a equipe sentirá a falta de Alonso, que nesta semana deve anunciar sua ida para a Ferrari. Ferrari que, por sinal, teve um final de semana apático em Cingapura. Raikkonen e Fisichella foram meros coadjuvantes, terminando longe da zona de pontuação.

No próximo final de semana, teremos o GP do Japão, em Suzuka. Com a possibilidade do campeonato ser decidido, as expectativas são altas de uma boa corrida.

GP de Cingapura – Treinos Livres e Treino Oficial

Os treinos livres em Cingapura transcorreram com um rodízio de favoritos à pole na liderança de cada sessão: Barrichello e Button na primeira sessão, Vettel foi o mais veloz na segunda e Hamilton fez o melhor tempo na terceira e última.

O grande momento dos treinos livres em Cingapura ficou a cargo de Romain Grosjean, que rodou e bateu no mesmo ponto em que Nelsinho colidiu em 2008, e ainda provocou risadas quando repetiu Nelsinho em seu “sorry guys” após o acidente em conversa pelo rádio.

Veio o treino oficial de sábado, e no Q1 Hamilton foi o mais veloz, com 1m46s977, seguido de Button, Raikkonen, Heidfeld, Rosberg e Barrichello. Foram eliminados Sutil, Alguersuari, Fisichella, Grosjean e Lizzi. Aqui, nenhuma surpresa. A Force India voltou ao seu posto normal, já que a pista em Cingapura exige uma maior pressão aerodinâmica; Grosjean e Alguersuari não tem maiores possibilidades e Fisichella mantem a sina dos substitutos de Felipe Massa, além da Ferrari não ter conseguido um bom rendimento em Cingapura.

Na segunda fase do treino, o mais rápido foi Nico Rosberg, seguido de Webber, Vettel, Hamilton, Gock, Alonso, Barrichello, Rubica, Heidfeld e Kovalainen. Os cortados foram Nakajima, Button, Raikkonen, Suemi e Trulli. Jenson Button vive mesmo um inferno astral. Em um final de semana onde esperava-se um bom rendimento da Brawn pela alta temperatura, Button acabou eliminado na segunda fase do treino e viu seu companheiro passar para o Q3.

Na luta pela pole, Button respirou mais aliviado quando Barrichello bateu com menos de um minuto para o fim do treino, causando o encerramento da sessão quando era o quinto no grid. Com a punição de cinco posições por ter trocado de câmbio, largará em décimo.

Devido a bandeira vermelha, os pilotos não completaram suas últimas voltas lançadas, garantindo então Hamilton como pole position com 1m47s891, seguido de Vettel, Rosberg, Webber, Alonso, Glock, Heidfeld, Kubica e Kovalainen.

Com a evolução da McLaren e o Kers na largada, Hamilton é o claro favorito à vitória. A luta pelo título de pilotos e construtores pode ganhar novos contornos com as boas posições de Vettel e Webber, considerando as duas Brawn largando no meio do grid.

GP de Cingapura: Aquecimento

Neste final de semana, o circuito de rua de Marina Bay abrigará o GP de Cingapura, décima quarta etapa do Mundial de F-1 deste ano.

O circuito
No único circuito noturno da Fórmula-1, cada volta em Marina Bay soma 5,067 metros, em um dos traçados mais travados do atual calendário, onde os pilotos atingem a aceleração máxima em apenas 44% do percurso, sendo maior apenas que Monaco, com 42%.

Serão 61 voltas, totalizando 309,087km de extensão e 76 trocas de marcha (o maior número da F-1) por volta em suas 23 curvas em sentido anti-horário. O circuito de rua de Marina Bay vislumbra os principais pontos turísticos da capital do país e tem como principal desafio para os organizadores a iluminação.

Em termos gerais, o visual do circuito de Marina Bay é impressionante, com os carros passando inclusive por baixo de arquibancadas. Não por acaso, o circuito de Marina Bay recebeu o prêmio de “Motorsport Facility of the Year” na cerimônia anual do Professional Motorsport World.

Para adequar-se ao horário europeu, a corrida é realizada durante a noite em Cingapura. Para tanto, são necessários 1600 projetores de luz, produzindo quatro vezes mais iluminação do que um estádio de futebol. Adequar-se ao horário é uma questão importante também para os pilotos e as equipes, que precisam passar os dias em Cingapura com o horário europeu. Ou seja, dormir às 4 da manhã e acordar ao meio-dia no horário local.

Para 2009, a organização efetuou algumas mudanças simples no traçado, sendo a mais significativa a redução da zebra na curva 10, que havia causado preocupação entre os pilotos no ano passado. Falando nisso…

GP_Cingapura

Em 2008
O GP de Cingapura de 2008 foi uma enorme sensação por se tratar da primeira corrida noturna da história da Fórmula-1. Já na reta final do campeonato, o efervescente duelo entre Lewis Hamilton e Felipe Massa pelo título continuava acirrado, com os dois pilotos largando na primeira fila.

Nas primeiras voltas, Felipe Massa manteve a primeira posição e completou a décima volta com pouco mais de três segundos para Hamilton, o segundo. Até então, tudo transcorria normalmente, até Fernando Alonso ser o primeiro a entrar nos pits, na volta 12. Então, seu companheiro de equipe, Nelson Piquet Jr., acidentou-se duas voltas depois, forçando a entrada do safety car.

Então, houve uma frenética onda de pits, com Rosberg, Kubica e Barrichello reabastecendo mesmo com o pitlane ainda fechado. Felipe Massa foi altamente prejudicado pelo erro da Ferrari, que o liberou ainda durante o reabastecimento e com Adrian Sutil ao seu lado. Além do tempo perdido para retirar a mangueira presa ao seu carro, Massa ainda foi punido com um drive through pelo quase incidente com Sutil.

Alonso, o quinto colocado, passou para terceiro quando Kubica e Rosberg cumpriram suas punições por terem reabastecido com o pitlane fechado, e logo depois assumiu a liderança quando Trulli e Fisichella foram aos boxes. Restou para Alonso manter-se na liderança, que não foi ameaçada nem mesmo quando o espanhol realizou sua segunda parada. Hamilton finalizou em terceiro e Massa em décimo terceiro, permitindo ao inglês abrir vantagem de sete pontos no campeonato naquele momento.

Um ano depois, Nelsinho Piquet admitiu que seu acidente fora proposital e premeditado para favorecer Fernando Alonso. O caso virou a vedete do segundo semestre após a rebelião separatista das equipes, e culminou com as demissões de Flávio Briatore e Pat Symonds pela Renault, além da evidente desmoralização de Piquet.

História
O GP de Cingapura disputado em Marina Bay de 2008 foi apenas o primeiro, mas o país já havia recebido provas da categoria entre 1966 e 1973 no circuito de Thomson Road, mas não era oficialmente contabilizado para o Mundial de F-1.

À época, ocorria uma espécie de tour pela Ásia, com provas em Macau, Japão, Austrália e Nova Zelândia. Em Thomson Road, ocorria uma festival de velocidade, com provas de motociclismo, carros antigos, carros de rua, de turismo e monopostos. A corrida de Fórmula-1 era disputada, em sua grande maioria, por pilotos locais. O neozelandês Vern Schuppn, com passagem oficial pela F-1 nos anos 70, foi o mais conhecido a vencer em Cingapura.

Por se tratar de uma prova de exibição, os grandes nomes da época não se arriscaram pelo perigoso traçado de Thomson Road, que testemunhou sete mortes nos onze anos de evento, entre pilotos e fiscais. A dificuldade dos organizadores de implementar medidas adequadas de segurança resultou no banimento do automobilismo no país após 1973.

Programação para o GP de Cingapura – Circuito de Rua de Marina Bay
1ª Sessão de treinos livres: 25/09, às 7h
2ª Sessão de treinos livres: 25/09, às 10h30
3ª Sessão de treinos livres: 26/09, às 8h
Treino Oficial: 26/09, às 11h
Corrida: 27/09, às 9h
* Horários de Brasília

GP de Cingapura: Caso Encerrado

Após denúncias, acusações e especulações, finalmente o caso de manipulação de resultado envolvendo a Renault no GP de Cingapura de 2008 chegou ao seu fim. A FIA divulgou nesta segunda-feira as punições para os envolvidos e, dentro de um cenário realista, ficou a sensação de que foram tomadas as medidas cabíveis.

Flávio Briatore foi banido da Fórmula-1 e de qualquer outra competição gerida pela FIA. Não poderá sequer comparecer os autódromos e os pilotos que são agenciados pelo italiano, como Alonso, Webber e Kovalainen, terão de buscar outro empresário sob pena de não terem suas licenças renovadas. Briatore é o ponto crucial deste caso, e certamente a grande motivação da investigação realizada pela FIA (leia-se Max Mosley). É uma última vitória moral para o presidente da Federação, que viu grande parte dos seus desafetos caírem recentemente.

Pat Symonds teve punição semelhante, mas que vigorará por penas cinco anos. Sua confissão, ainda que não tenha sido integral, foi o suficiente para a FIA puni-lo de forma mais branda. Symonds declarou estar arrependido, enquanto Briatore segue negando o óbvio. Portanto, a FIA decidiu ser apropriado não punir de forma igual casos diferentes.

Fernando Alonso foi considerado inocente. Difícil imaginar que Alonso não soube do que aconteceu, antes ou depois. Afinal, sua estratégia para o GP não fazia o menor sentido dentro de uma corrida normal. Por outro lado, Alonso não teria nenhuma vantagem clara em idealizar tal manobra, já que estava fora da luta pelo título. De uma forma ou outra, é curioso notar que o espanhol está sempre cercado por ações duvidosas e eventos de caráter duvidoso.

Nelsinho Piquet, por sua vez, admitiu que sua colisão foi premeditada e proposital, mas como denunciou o esquema, não recebeu qualquer punição. Esta, certamente já lhe está garantida pelas demais equipes do grid, que só o aceitarão mediante uma enorme contribuição financeira. Afinal, sua desgastada imagem não é a que os patrocinadores buscam neste momento, e Nelsinho pouco mostrou nas pistas que valha um grande esforço por alguma equipe para contratá-lo.

A equipe Renault recebeu uma suspensão de dois anos, mas que será aplicada somente em caso de reincidência, uma vez que a equipe tomou as medidas necessárias contra os envolvidos, demitindo-os antes do julgamento da FIA. Uma estratégia simples e certeira, visando uma menor degradação da marca pelo envolvimento no episódio. Aqui, houve muita controvérsia pela não aplicação de ao menos uma multa à equipe francesa, mas cabe uma reflexão: multas nunca servem para ensinar nada a ninguém, apenas recheando os já recheados cofres das entidades. Não iria mudar nada, portanto. Até porque, nos tempos atuais, uma eventual multa pesada representaria a demissão de funcionários ou fechamento de fábricas para compensação, o que significa punição para empregados que estão longe do caso.

Agora, falta apenas ligar o último ponto: porque real motivo Nelsinho teria sido obrigado a colidir? Com Alonso fora de qualquer disputa no campeonato, não seria nenhum beneficiamento para a equipe na luta pelo título. As suspeitas de um esquema de apostas crescem, e seria irrealista imaginar que pessoas planejassem algo que poderia lhes causar riscos, tanto físicos quanto profissionais, sem ganhar absolutamente nada em troca. Nelsinho teve seu contrato renovado, mas o que ganharam Briatore e Symonds? Certamente, o troféu para a equipe vencedora não é a resposta mais apropriada.

Pilotos: Giancarlo Fisichella

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Kimi Raikkonen venceu o GP da Bélgica, mas certamente quem obteve o maior brilho foi Giancarlo Fisichella. Guiando uma surpreendente Force India, Fisichella fez a pole e chegou em segundo, pressionando o finlandês por toda a corrida. Poucos dias depois, na mesma semana, foi anunciado como substituto de Felipe Massa até o final da temporada e como piloto reserva em 2010 da Ferrari.

O italiano, obviamente, vive a expectativa de concretizar um sonho de todos os garotos de seu país: guiar uma Ferrari em Monza. Porém, não será a primeira vez que ele sentará-se em um cockpit vermelho.

Os testes de 1995 em Fiorano
Em 27 de setembro de 1995, a Ferrari realizaria uma sessão de treinos com um modelo híbrido, o 412T2, que mesclava o chassi utilizado em 1995, mas com o motor V10 que seria utilizado em 1996, substituto do tradicional V12.

Naquela ocasião, nove pilotos efetuaram testes com o 412T2. Além das duplas titulares de 1995 e 1996, Jean Alesi e Gerhard Berger e Michael Schumacher e Eddie Irvine, os italianos Luca Badoer, Nicola Larini, Pierluigi Martini, Gianni Morbidelli e Giancarlo Fisichella. Campeão da F-3 italiana em 1994, Fisichella foi convidado para a sessão de testes.

1995/2009 – 14 anos de espera para voltar à Maranello
Em 1996, Fisichella estreou na F-1 em outra equipe italiana, a Minardi. Participou das dez primeiras etapas do Mundial sem marcar pontos e foi substituído por Giovanni Lavaggi, um piloto que poderia oferecer um maior retorno financeiro para a equipe.

Em 1997, Fisichella tornou-se grande sensação ao alcançar resultados expressivos com a Jordan, marcando 20 pontos, estando em seis oportunidades na zona e pontuação, incluindo um terceiro lugar no Canadá e um segundo na Bélgica. O excelente desempenho rendeu um contrato com a Benetton.

Porém, a Benetton havia deixado as glórias recentes para trás, e Fisichella amargou quatro anos sem obter nenhuma vitória, alcançando pontuações inferiores ao seu ano na Jordan. Então, em 2002, Fisichella retornou para a Jordan, que havia firmado uma promissora parceria com a Honda que não obteve bons resultados, somando apenas sete pontos.

Em 2003, ainda na Jordan, Fisichella obteve a primeira vitória de sua carreira no caótico GP do Brasil, quando apenas dois carros cruzaram a linha de chegada. A vitória foi circunstancial, e Fisichella assinou com a Sauber para 2004, onde somou 22 pontos em uma temporada onde primou pela regularidade: apenas um abandono.

Fisichella assinou com a Renault, onde teria a grande chance de sua carreira para brigar pelo título. Havia no caminho, no entanto, Fernando Alonso. Campeão em 2005 e 2006, o espanhol foi apenas escoltado pelo italiano, que somou vitórias apenas na Austrália e na Malásia. Com a saída de Alonso para a McLaren, Fisichella tornaria-se o primeiro piloto da equipe e teria, em 2007, a condição de postulante real ao título.

A Renault, porém, não encontraria a mesma competitividade dos anos anteriores, deixando Fisichella com apenas 21 pontos, nenhum pódio na temporada e a saída pela porta dos fundos. Visto com desconfiança e tido como virtual aposentado, Fisichella tornou-se piloto da Force India, que estrearia modestamente em 2008.

Desde então, foram corridas no fundo do grid sem nenhuma aspiração. Quando sua carreira parecia enterrada definitivamente, sua sensacional performance na Bélgica o levou para a Ferrari, que terá agora um piloto em atividade e extremamente motivado para viver os 5 GPs mais marcantes de sua vida.

Foram 14 anos de uma espera angustiante para Fisichella, que agora chega ao fim. Todos os garotos italianos, enfim, podem voltar a sonhar.

GP de Cingapura: A denúncia um ano depois

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Após a vitória de Kimi Raikkonen no GP da Bélgica, a Fórmula-1 desviou suas atenções para a investigação da FIA a respeito do GP de Cingapura de 2008. O caso envolve uma suposta manipulação por parte da equipe Renault, que teria combinado um acidente de Nelsinho Piquet para favorecer Fernando Alonso, que venceu naquele final de semana.

Na ocasião, Fernando Alonso largou apenas em décimo quinto, e na décima segunda volta foi o primeiro a ir aos pits. Duas voltas depois, Nelsinho Piquet sofreu acidente na curva 17 e o safety car entrou na pista. Então, ocorreu a tradicional onda de pit-stops e três outros fatos que foram fundamentais para que Alonso vencesse: o erro da Ferrari no pit-stop de Felipe Massa, e as entradas de Rosberg e Kubica com o pitlane ainda fechado, rendendo punições de drive through aos dois.

Ainda na época, o acidente de Piquet levantou suspeitas, e agora todas as dúvidas são facilmente direcionadas à Flavio Briatore. Porém, até o momento não há nada além de uma suspeita e de uma investigação. Bernie Ecclestone admitiu que, caso seja confirmado o caso, o risco da Renault ser excluída da F-1 é grande e o futuro de Piquet estaria prejudicado.

Obviamente, a denúncia surgir após a demissão de Nelsinho deixa a impressão de que o brasileiro esperou por sua saída para só então falar, já que há um longo período entre o GP e a investigação. No entanto, se a intenção for prejudicar Flavio Briatore, Max Mosley agradece. Será uma excelente oportunidade para o presidente da FIA realizar seu último grande ato à frente da entidade e ainda tirar de cena um de seus maiores desafetos. Mais: seria também uma vitória moral de Mosley contra as montadoras.

Ainda há muita especulação, e novidades surgirão nos próximos dias. O súbito silêncio da Renault, Briatore e Nelsinho é intrigante. Mais um episódio de bastidores que mancha a F-1 em uma temporada já repleta de problemas.

GP da Bélgica: A Corrida

Spa proporciona sempre surpresas, e desta vez não foi diferente. Ao contrário das edições anteriores, quando houve a tradicional instabilidade climática, o domingo em Spa foi de céu aberto e pista seca. A surpresa da vez atendeu pelo nome de Giancarlo Fisichella.

O italiano largou na pole, e manteve-se na liderança após a largada. Kimi Raikkonen, o sexto no grid, pulou para segundo aproveitando-se do Kers e da confusão criada por Rubens Barrichello, que teve problemas com a embreagem pela terceira vez no ano, ficou parado no grid e caiu para último.

Ainda na primeira volta, um acidente aparentemente sem culpados envolvendo Hamilton, Button, Grosjean e Alguersuari forçou a entrada do safety car. Os quatro abandonaram a prova, e a saída da dupla inglesa acabou por eliminar um grande componente de emoção, sobretudo tratando-se de Button, que precisava recuperar posições.

Assim, Rubens Barrichello tinha uma grande oportunidade de diminuir a vantagem para o companheiro na classificação do campeonato. O brasileiro foi ao pit para encher o tanque, aproveitar a entrada do safety car e mudar sua estratégia, uma vez que era o mais leve do grid.

Com a relargada, Kimi Raikkonen ultrapassou Fisichella para assumir a liderança. Quando a expectativa geral era de uma Force India como presa fácil, o veterano piloto italiano não deixou Raikkonen respirar, mantendo-se durante o restante da prova colado ao finlandês. Não fosse pelo Kers da Ferrari, Fisichella tinha carro para vencer em Spa. Porém, Kimi Raikkonen mostrou suas credenciais ao fazer uma corrida sem erros, mantendo sempre Fisichella a uma distância gerenciável.

Enquanto isso, Barrichello ganhava posições no fundo do grid e fez belas ultrapassagens sobre Jarno Trulli e Nakajima. Porém, ao aproximar-se da zona de pontuação, sua reação foi freada pela McLaren de Kovalainen. Para ajudar o brasileiro, um erro no pit de Mark Webber e o abandono de Alonso o fizeram ganhar duas importantes posições. Na penúltima volta, o motor Mercedez de sua Brawn começou a soltar fumaça, mas Barrichello conseguiu conduzir até a bandeirada, e ao entrar no pit-lane pegou fogo.

Sebastian Vettel completou o pódio aproveitando-se muito bem das voltas rápidas antes de realizar seu segundo pit, e com os seis pontos ultrapassou seu companheiro, Mark Webber, na classificação do campeonato.

Considerando o resultado final, Jenson Button respirou aliviado. Com seu abandono na primeira volta, poderia ter sido muito pior. Agora, com cinco corridas para o final, o inglês leva 16 pontos de vantagem para Barrichello e 19 para Vettel.

Em duas semanas, Monza.

GP da Bélgica: Treino Oficial e Pesos

O treino oficial na Bélgica manteve-se fiel a mítica imprevisível de Spa. De Forca India, Giancarlo Fisichella obteve a quarta pole-position de sua carreira, em um grid pouco usual.

No Q1, Fisichella já havia sido o mais veloz ao cravar 1m45s102, à frente de Trulli, Barrichello, Sutil e Webber. Entre os elimiados, nenhuma surpresa: Buemi, Alguersuari, Nakajima, Grosjean e Badoer, que mais uma vez passou vergonha.

Hamilton e Button estiveram próximos de serem eliminados, mas a bandeira amarela causada pelo acidente de Badoer evitou uma vergonha maior. Maior porque ambos, ao lado de Sutil, Alonso e Kovalainen, foram eliminados no Q2, e com Adrian Sutil à frente. O mais veloz da segunda parte foi Trulli, com 1m44s503, a melhor marca do fim de semana. A seguir, passando para o Q3, Kubica, Vettel, Fisichella, Heidfeld, Barrichello, Glock, Webber, Raikkonen e Rosberg.

No Q3, Fisichella comprovou seu excelente final de semana e marcou a pole, com 1m46s308, seguido de perto por Trulli, apenas 0s087 atrás. Heidfeld larga em terceiro, com Barrichello em quarto. A seguir, Kubica, Raikkonen, Glock, Vettel, Webber e Rosberg.

Evidentemente, com a lista de pesos divulgada, está comprovado que Fisichella obteve o feito com pouquíssimo combustível, assim como Barrichello. São os dois mais leves do grid.

Veja abaixo o grid de largada e os respectivos pesos:
1. Giancarlo Fisichella – Force India – 648,kg
2. Jarno Trulli – Toyota – 656,5
3. Nick Heidfeld – BMW – 655,0
4. Rubens Barrichello – Brawn – 644,5
5. Robert Kubica – BMW – 649,0
6. Kimi Räikkönen – Ferrari – 655,0
7. Timo Glock – Toyota – 648,5
8. Sebastian Vettel – Red Bull – 662,5
9. Mark Webber – Red Bull – 658,0
10. Nico Rosberg – Williams – 670,0
11. Adrian Sutil – Force India – 678,5
12. Lewis Hamilton – McLaren – 693,5
13. Fernando Alonso – Renault – 684,4
14. Jenson Button – Brawn – 694,2
15. Heikki Kövalainen – McLaren – 697,0
16. Sébastien Buemi – Toro Rosso – 685,0
17. Jaime Alguersuari – Toro Rosso – 704,5
18. Kazuki Nakajima – Williams – 706,1
19. Romain Grosjean – Renault – 704,7
20. Luca Badoer – Ferrari – 691,5

GP da Bélgica: Treino Livre de Sábado

A última sessão de treinos livres em Spa foi um show de zebras. Com pista seca e tempo frio, em torno de 13º, o melhor tempo pertenceu a Nick Heidfeld, com 1m45s388, seguido de Trulli, Sutil, Grosjean, Glock e Kubica.

Entre os que brigam diretamente pelo título, Jenson Button, da Brawn, foi o melhor, com um modesto décimo posto, logo atrás da McLaren de Hamilton, enquanto Rubens Barrichello foi 16°.

Já a Red Bull foi 14ª com Sebastian Vettel, que andou pouco. Mark Webber teve problemas no motor e completou apenas três voltas.

E, incrivelmente, Luca Badoer não foi o último. Foi o penúltimo…

Logo mais, o treino oficial.