Na primeira sessão de treinos em Interlagos, na sexta-feira pela manhã, foi possível verificar a instabilidade climática que cerca o autódromo. Pista seca, garoa, pista molhada, pista secando, um misto de trechos secos e outros molhados. Com o asfalto frio, a Red Bull teve melhor rendimento, com Webber e Vettel liderando quase toda a sessão. Quase no fim, quando a temperatura subiu, Barrichello marcou o segundo tempo, com Button em oitavo.
A segunda sessão, com pista seca, mostrou equipes buscando o melhor certo para a corrida, que teria o mesmo clima, segundo os meteorologistas. Alonso e Buemi foram os mais rápidos, com Barrichello em terceiro, Webber em quarto, Button em quinto e Vettel em sétimo.
O treino livre de sábado serviu apenas para Grosjean destruir sua Renault. Adiado pela forte chuva, o treino teve apenas quinze minutos de duração, pois a FIA determina que exista um intervalo de duas horas entre cada sessão.
O treino oficial não foi diferente. Mesmo sob um intenso temporal, a classificação não teve seu início postergado, algo que acabou por revelar-se um erro de avaliação. Não havia condição de pilotar, com Grosjean e Fisichella rodando no S, e logo o treino então foi interrompido. Tão logo o volume de chuva diminuiu, os carros voltaram para a pista. Rosberg foi o mais rápido do Q1, seguido de Raikkonen, Kubica, Nakajima, Barrichello e Button. A chuva voltou a apertar nos minutos finais, e Vettel ficou fora, em 16º. Kovalainen, Hamilton, Heidfeld e Fisichella foram os outros eliminados.
A irritação de Vettel tinha motivo: a chuva havia voltando com força, adiando o início do Q2 em quase trinta minutos. Tão logo o Q2 começou, Liuzzi arrebentou sua Force India na reta dos boxes, paralisando o treino por um hora e onze minutos.
A chuva finalmente deu trégua às 16h10, duas horas após o início. Rosberg foi novamente o mais rápido, seguido de Webber. Button, com pneus para chuva intensa, acabou cortado em 14º, junto com Kobayashi, Alguersuari, Grosjean e Liuzzi. A pista estava secando, e todos melhoravam seus tempos após trocaram os pneus para intermediários. A Brawn não fez a troca, Button ficou fora e Barrichello acabou em 10º, escapando apenas por um erro de Kobayashi.
O Q3, com a pista secando, viu Barrichello marcar a pole, seguido de Webber, Sutil, Trulli, Raikkonen, Buemi, Rosberg, Kubica, Nakajima e Alonso. O brasileiro é o mais leve do grid. Uma estratégia válida para quem tem a última esperança de seguir lutando pelo título, sobretudo com Button largando no meio do pelotão. Webber e Sutil devem parar quatro voltas depois de Barrichello, Button larga mais pesado para adiar ao máximo sua primeira parada e Vettel deve parar apenas uma vez.
Webber é o favorito para a corrida, pela sua estratégia e pelo melhor rendimento de seu carro com um asfalto frio. Para vencer, Barrichello precisa manter-se na ponta após a largada e abrir grande vantagem para voltar na liderança após seu pit.
Veja abaixo o grid e a lista de pesos:
1º. Rubens Barrichello (Brawn) – 650,5 kg
2º. Mark Webber (Red Bull) – 656
3º. Adrian Sutil (Force India) – 656,5
4º. Jarno Trulli (Toyota) – 658,5
5º. Kimi Raikkonen (Ferrari) – 651,5
6º. Sébastien Buemi (Toro Rosso) – 659
7º. Nico Rosberg (Williams) – 657
8º. Robert Kubica (BMW) – 656
9º. Kazuki Nakajima (Williams) – 664
10º. Fernando Alonso (Renault) – 652
11º. Kamui Kobayashi (Toyota) – 671,6
12º. Jaime Alguersuari (Toro Rosso) – 671,5
13º. Romain Grosjean (Renault) – 677,2
14º. Jenson Button (Brawn) – 672
15º. Sebastian Vettel (Red Bull) – 683,5
16º. Heikki Kovalainen (McLaren) – 656,5
17º. Lewis Hamilton (McLaren) – 661
18º. Nick Heidfeld (BMW) – 650,5
19º. Giancarlo Fisichella (Ferrari) – 683,5
20º. Vintantonio Liuzzi* (Force India) – 680
* Liuzzi perdeu cinco posições por ter trocado de câmbio