GP do Brasil: A Corrida

Interlagos foi novamente palco da definição do campeão da temporada de Fórmula-1. Após festas para Fernando Alonso, Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton, o GP do Brasil consagrou Jenson Button como campeão, o 31º da história da categoria.

Para isso, Button contou com uma série de acidentes à sua frente, bem como realizou ultrapassagens importantes para chegar aos pontos que lhe eram necessários. Como o inglês havia declarado no sábado, seria necessária uma corrida dos infernos.

A largada transcorreu sem maiores incidentes, com Barrichello e Webber mantendo a liderança e Raikkonen pulando para terceiro. E então veio a reta oposta: O finlandês tentou ultrapassar o australiano, mas Webber fechou a porta e quebrou a asa dianteira da Ferrari. No fundo do grid, Fisichella e Kovalainen se tocaram. Duas curvas mais tarde, Trulli forçou para ultrapassar Sutil e o acertou, que perdeu o controle de sua Force India e acertou Alonso.

Safety car na pista, e quatro carros a menos na frente de Button, agora o nono – e também de Robert Kubica, que pulou para terceiro. Kovalainen e Raikkonen entraram nos pits, Kovalainen saiu com a mangueira de abastecimento engatada bem à frente do finlandês. O combustível vazando voou na Ferrari, que virou uma bola de fogo por alguns segundos.

O safety car permaneceu na pista por quatro voltas, e a relargada ocorreu sem problemas. Barrichello não abriu vantagem suficiente para voltar de seu pit na liderança, muito por conta do safety car. Acabou ultrapassado por Webber e Kubica e voltou à frente de Hamilton, que o pressionava.

Enquanto isso, Button ultrapassou Nakajima, Buemi e Kobayashi, com quem travou um belo duelo – o estreante da Toyota ainda duelou com Nakajima, tendo defendido a posição após dividir uma série de curvas com o compatriota.

As chances de Barrichello no campeonato já não existiam após a segunda rodada de pits, com o brasileiro em terceiro e Button em sexto. Um pneu furado de Barrichello forçou um terceiro pit, deixando o piloto da Brawn em oitavo lugar. Button subiu para quinto e cruzou a linha de chegada comemorando seu título. Webber venceu a prova com tranquilidade, seguido de Kubica, Hamilton e Vettel.

Em duas semanas, o encerramento da temporada em Abu Dhabi.

GP do Brasil: Treinos Livres e Treino Oficial

Na primeira sessão de treinos em Interlagos, na sexta-feira pela manhã, foi possível verificar a instabilidade climática que cerca o autódromo. Pista seca, garoa, pista molhada, pista secando, um misto de trechos secos e outros molhados. Com o asfalto frio, a Red Bull teve melhor rendimento, com Webber e Vettel liderando quase toda a sessão. Quase no fim, quando a temperatura subiu, Barrichello marcou o segundo tempo,  com Button em oitavo.

A segunda sessão, com pista seca, mostrou equipes buscando o melhor certo para a corrida, que teria o mesmo clima, segundo os meteorologistas. Alonso e Buemi foram os mais rápidos, com Barrichello em terceiro,  Webber em quarto, Button em quinto e Vettel em sétimo.

O treino livre de sábado serviu apenas para Grosjean destruir sua Renault. Adiado pela forte chuva, o treino teve apenas quinze minutos de duração, pois a FIA determina que exista um intervalo de duas horas entre cada sessão.

O treino oficial não foi diferente. Mesmo sob um intenso temporal, a classificação não teve seu início postergado, algo que acabou por revelar-se um erro de avaliação. Não havia condição de pilotar, com Grosjean e Fisichella rodando no S, e logo o treino então foi interrompido. Tão logo o volume de chuva diminuiu, os carros voltaram para a pista. Rosberg foi o mais rápido do Q1, seguido de Raikkonen, Kubica, Nakajima, Barrichello e Button. A chuva voltou a apertar nos minutos finais, e Vettel ficou fora, em 16º. Kovalainen, Hamilton, Heidfeld e Fisichella foram os outros eliminados.

A irritação de Vettel tinha motivo: a chuva havia voltando com força, adiando o início do Q2 em quase trinta minutos. Tão logo o Q2 começou, Liuzzi arrebentou sua Force India na reta dos boxes, paralisando o treino por um hora e onze minutos.

A chuva finalmente deu trégua às 16h10, duas horas após o início. Rosberg foi novamente o mais rápido, seguido de Webber. Button, com pneus para chuva intensa, acabou cortado em 14º, junto com Kobayashi, Alguersuari, Grosjean e Liuzzi. A pista estava secando, e todos melhoravam seus tempos após trocaram os pneus para intermediários. A Brawn não fez a troca, Button ficou fora e Barrichello acabou em 10º, escapando apenas por um erro de Kobayashi.

O Q3, com a pista secando, viu Barrichello marcar a pole, seguido de Webber, Sutil, Trulli, Raikkonen, Buemi, Rosberg, Kubica, Nakajima e Alonso. O brasileiro é o mais leve do grid. Uma estratégia válida para quem tem a última esperança de seguir lutando pelo título, sobretudo com Button largando no meio do pelotão. Webber e Sutil devem parar quatro voltas depois de Barrichello, Button larga mais pesado para adiar ao máximo sua primeira parada e Vettel deve parar apenas uma vez.

Webber é o favorito para a corrida, pela sua estratégia  e pelo melhor rendimento de seu carro com um asfalto frio. Para vencer, Barrichello precisa manter-se na ponta após a largada e abrir grande vantagem para voltar na liderança após seu pit.

Veja abaixo o grid e a lista de pesos:
1º. Rubens Barrichello (Brawn) – 650,5 kg
2º. Mark Webber (Red Bull) – 656
3º. Adrian Sutil (Force India) – 656,5
4º. Jarno Trulli (Toyota) – 658,5
5º. Kimi Raikkonen (Ferrari) – 651,5
6º. Sébastien Buemi (Toro Rosso) – 659
7º. Nico Rosberg (Williams) – 657
8º. Robert Kubica (BMW) – 656
9º. Kazuki Nakajima (Williams) – 664
10º. Fernando Alonso (Renault) – 652
11º. Kamui Kobayashi (Toyota) – 671,6
12º. Jaime Alguersuari (Toro Rosso) – 671,5
13º. Romain Grosjean (Renault) – 677,2
14º. Jenson Button (Brawn) – 672
15º. Sebastian Vettel (Red Bull) – 683,5
16º. Heikki Kovalainen (McLaren) – 656,5
17º. Lewis Hamilton (McLaren) – 661
18º. Nick Heidfeld (BMW) – 650,5
19º. Giancarlo Fisichella (Ferrari) – 683,5
20º. Vintantonio Liuzzi* (Force India) – 680
* Liuzzi perdeu cinco posições por ter trocado de câmbio

GP de Cingapura: A corrida

O GP de Cingapura, desta vez, transcorreu sem grandes problemas ou surpresas. Lewis Hamilton venceu, e no duelo pelo título Jenson Button chegou à frente de Rubens Barrichello, confirmando as expectativas após o treino oficial e a divulgação dos pesos de cada carro.

Apesar da pista estreita, não houveram incidentes na largada. Vettel perdeu a segunda colocação para Nico Rosberg, e Barrichello ganhou três posições, uma delas em um erro de Mark Webber. O australiano, que cresceu subitamente durante a temporada, desapareceu desde o final de semana em Valencia. Fazia uma corrida discreta quando teve problemas com os freios, bateu e viu-se definitivamente fora da luta pelo título, sem qualquer chance matemática.

Após a largada, o trio Hamilton-Rosberg-Vettel abriu vantagem para os demais, e então a corrida prosseguiu dentro do esperado para o travado circuito de Cingapura: sem maiores emoções, todos à espera da primeira rodada de pit stops. Rosberg, um dos primeiros a parar, errou na saída dos boxes, cruzou a linha branca e foi punido com drive through.

Rosberg não cumpriu a punição em seguida, e duas voltas depois perdeu qualquer chance de pontuar quando Sutil errou ao tentar ultrapassar Alguersuari, rodou e chocou-se com Nick Heidfeld, causando a entrada do safety car. Com todos os carros próximos, Rosberg caiu para o fim do pelotão quando, finalmente, cumpriu sua punição.

A entrada do safety car acabou sendo providencial para Jenson Button, que imediatamente foi aos boxes, mudou sua estratégia e voltou próximo de Barrichello, com apenas Kovalainen separando os carros da Brawn e com combustível de sobra para superar o brasileiro na segunda parada.

Mesmo mais pesado, Button manteve-se a uma distância razoável de Barrichello, que parou pela segunda vez na 47ª volta. Button fez suas melhores voltas antes de seu segundo pit, parou quando faltavam apenas dez voltas e voltou  em quinto, à frente de Rubens com sobras, que teve um problema em seu pit quando seu motor apagou. Mesmo com problemas graves nos freios, Button conseguiu manter-se na pista e obteve um ponto crucial para as últimas três provas do campeonato. A diferença agora é de 15 pontos, e Button pode ser campeão no Japão caso marque cinco pontos a mais que seu companheiro. Se terminarem empatados o campeonato, Button é campeão porque Rubens não iguala mais o número de vitórias do inglês. É uma vantagem razoável, considerando as decisões apertadas dos últimos dois anos.

Voltando à corrida, Hamilton teve sua vitória ameaçada por Vettel na segunda janela de pit stops, mas o alemão acabou punido com drive through por ter ultrapassado o limite de velocidade nos boxes. Hamilton então rumou tranqüilo para a vitória, com um surpreendente Timo Glock em segundo e Fernando Alonso, desta vez sem tramóias, completou o pódio. Por sinal, Jean-François Caubet, diretor da Renault, declarou que a equipe sentirá a falta de Alonso, que nesta semana deve anunciar sua ida para a Ferrari. Ferrari que, por sinal, teve um final de semana apático em Cingapura. Raikkonen e Fisichella foram meros coadjuvantes, terminando longe da zona de pontuação.

No próximo final de semana, teremos o GP do Japão, em Suzuka. Com a possibilidade do campeonato ser decidido, as expectativas são altas de uma boa corrida.

GP de Cingapura – Treinos Livres e Treino Oficial

Os treinos livres em Cingapura transcorreram com um rodízio de favoritos à pole na liderança de cada sessão: Barrichello e Button na primeira sessão, Vettel foi o mais veloz na segunda e Hamilton fez o melhor tempo na terceira e última.

O grande momento dos treinos livres em Cingapura ficou a cargo de Romain Grosjean, que rodou e bateu no mesmo ponto em que Nelsinho colidiu em 2008, e ainda provocou risadas quando repetiu Nelsinho em seu “sorry guys” após o acidente em conversa pelo rádio.

Veio o treino oficial de sábado, e no Q1 Hamilton foi o mais veloz, com 1m46s977, seguido de Button, Raikkonen, Heidfeld, Rosberg e Barrichello. Foram eliminados Sutil, Alguersuari, Fisichella, Grosjean e Lizzi. Aqui, nenhuma surpresa. A Force India voltou ao seu posto normal, já que a pista em Cingapura exige uma maior pressão aerodinâmica; Grosjean e Alguersuari não tem maiores possibilidades e Fisichella mantem a sina dos substitutos de Felipe Massa, além da Ferrari não ter conseguido um bom rendimento em Cingapura.

Na segunda fase do treino, o mais rápido foi Nico Rosberg, seguido de Webber, Vettel, Hamilton, Gock, Alonso, Barrichello, Rubica, Heidfeld e Kovalainen. Os cortados foram Nakajima, Button, Raikkonen, Suemi e Trulli. Jenson Button vive mesmo um inferno astral. Em um final de semana onde esperava-se um bom rendimento da Brawn pela alta temperatura, Button acabou eliminado na segunda fase do treino e viu seu companheiro passar para o Q3.

Na luta pela pole, Button respirou mais aliviado quando Barrichello bateu com menos de um minuto para o fim do treino, causando o encerramento da sessão quando era o quinto no grid. Com a punição de cinco posições por ter trocado de câmbio, largará em décimo.

Devido a bandeira vermelha, os pilotos não completaram suas últimas voltas lançadas, garantindo então Hamilton como pole position com 1m47s891, seguido de Vettel, Rosberg, Webber, Alonso, Glock, Heidfeld, Kubica e Kovalainen.

Com a evolução da McLaren e o Kers na largada, Hamilton é o claro favorito à vitória. A luta pelo título de pilotos e construtores pode ganhar novos contornos com as boas posições de Vettel e Webber, considerando as duas Brawn largando no meio do grid.

GP da Bélgica: Treino Livre de Sábado

A última sessão de treinos livres em Spa foi um show de zebras. Com pista seca e tempo frio, em torno de 13º, o melhor tempo pertenceu a Nick Heidfeld, com 1m45s388, seguido de Trulli, Sutil, Grosjean, Glock e Kubica.

Entre os que brigam diretamente pelo título, Jenson Button, da Brawn, foi o melhor, com um modesto décimo posto, logo atrás da McLaren de Hamilton, enquanto Rubens Barrichello foi 16°.

Já a Red Bull foi 14ª com Sebastian Vettel, que andou pouco. Mark Webber teve problemas no motor e completou apenas três voltas.

E, incrivelmente, Luca Badoer não foi o último. Foi o penúltimo…

Logo mais, o treino oficial.

GP da Bélgica: Treinos Livres de Sexta

No primeiro dia de treinos livres na Bélgica, a instabilidade típica do clima em Spa se fez presente. Com temperaturas baixas, em torno de 17°C, chuva na primeira sessão e sol na segunda, poucas horas depois.

A primeira sessão começou com Trulli marcando 1m49s675, mas logo veio a chuva e os pilotos passaram a virar acima de 2 minutos, com um trabalho voltado para o acerto do carro para domingo.

Na segunda sessão, com pista seca, as análises podem ser mais conclusivas. Com um tempo frio, a Brawn sofreu com voltas discretas. A Red Bull, com Webber, mostrou que lutará pela pole.

Já a McLaren, ou mais especificamente Lewis Hamilton, é o favorito. O atual campeão foi o mais rápido do dia, com 1m47s201, seguido de Glock, Raikkonen, Webber, Grosjean, Fisichella, Trulli, Kubica, Alguersuari e Vettel. Button foi o 17º, a 0s924 de Hamilton. Barrichello foi o 18º, a 0s929.

E Luca Badoer? Bem, adivinhem…

GP da Europa: A Corrida

Em um GP sem grandes emoções, Rubens Barrichello venceu no travado circuito de Valencia e alcançou a 100ª vitória brasileira na Fórmula-1, a décima de sua extensa carreira.

Porém, poucos ousariam acreditar que o triunfo do brasileiro poderia acontecer ao analisar a largada: Hamilton e Kovalainen mantiveram suas posições, utilizando com eficiência o Kers. Hamilton manteve um bom ritmo nas voltas iniciais e passou a abri vantagem, enquanto Kovalainen mantinha um ritmo mais lento, deixando Barrichello preso. Próximo de seu primeiro pit, Hamilton passou a fazer voltas de qualificação e chegou a ter 8,8s sobre seu companheiro.

Então, a estratégia de Rubens começou a funcionar: quando Kovalainen parou, o piloto da Brawn acelerou durante três voltas, fez sua parada e voltou à frente do finlandês, na segunda posição, com 3s4 de desvantagem para Hamilton.

Então, ambos permaneceram com um ritmo de prova muito similar, e a distância não sofreu nenhuma alteração até a segunda janela de pits. Hamilton entrou, a McLaren errou ao não estar com os pneus preparados e o inglês perdeu segundos preciosos. Neste momento, Barrichello forçou durante três voltas, fez seu pit e voltou na liderança, com confortável vantagem para Lewis Hamilton, que foi administrada até o final da corrida.

Após a prova, a McLaren afirmou que, mesmo sem o erro no pit de Hamilton, o tempo de Barrichello seria suficiente para realizar a ultrapassagem e ganhar a liderança. De uma forma ou de outra, sem o erro Hamilton ao menos voltaria à pista próximo do brasileiro e poderia lutar pela vitória.

Kovalainen ainda conseguiu perder a terceira colocação para Kimi Raikkonen durante a segunda parada, e o finlandês fechou o pódio. A cena curiosa deu-se durante a premiação, quando Raikkonen bebeu a champagne que recebeu enquanto Barrichello e Hamilton comemoravam.

No restante do grid, quase nada a comentar. Button pouco arriscou, furou uma curva na largada e teve de devolver posições, terminando a prova em sétimo. Sua pouca inspiração talvez dê-se pelo fato dos dois carros da Red Bull não terem pontudo: Vettel abandonou com mais um motor estourado, enquanto Mark Webber esteve, basicamente, ausente. O australiano foi apenas o nono.

Luca Badoer foi um completo vexame. Rodou sozinho, pisou na linha ao sair dos pits e chegou em último. Novatos como Alguersuari e Grosjean, de quem podia-se esperar bizarrices deste naipe, ao menos conseguiram completar a prova à frente do italiano.

No Mundial de Pilotos, Button tem 72 pontos. Barrichello foi a 54. Webber tem 51,5, e agora faltam seis corridas. Nos Construtores, a Brawn respirou, somando agora 126 pontos, contra 98,5 da Red Bull. O próximo GP acontece já nesta semana, na Bélgica.